Fernando Alvim, nascido na Angola acossada pela guerra, de ascendência portuguesa, é um dissidente deslocado procurando refúgio na ansiedade da memória.

As evocações são calcadas na amnésia criada pela guerra e as distorções são perpetuadas pela história.

O exílio pode ser uma forma de auto-definição, uma preocupacão de ter diferenças com o mundo.

Quem autoriza a narração da história - quem decide os cânones dos sistemas artísticos?

Para Alvim é uma constante busca da agitação do locus classicus conferido aos artistas, e mais especialmente àqueles vindos da África.

Sua produção não pode ser classificada de acordo com princípios ortodoxos do formalismo, gênero ou estratégia conceitual.

Ao contrário, ele sugere a divergência e a ruptura que revelam os remanescentes da tradição, lamentos Kimbanda (música tradicional angolana), práticas africanas recicladas, assimilações ocidentais e da cultura popular que falam alto a respeito da interrupção da tradição.

Seu trabalho mais recente reflete uma preocupação com experiências coletivas.

Pintura e colagem são as principais formas de trabalho, que mais tarde transformam-se em mutações, lembranças comemorativas e objetos que personificam idéias de morte, renascimento e memória.

Mais recentemente, uma fusão de materiais e processos resultaram em uma articulação de experiência pessoal que testemunha o "desmembramento da história", uma autópsia das conseqüências da guerra.

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FERNANDO ALVIM
Fernando Alvim, born in war-torn Angola, of Portuguese descent, is a displaced dissident seeking solace in the anxiety
of memory.

Evocations are predicated on the amnesia created by war and the distortions perpetuated by history.

Exile can be aform of self-definition, a preoccupation of being at difference with the world.

Who authorizes the narration of history - who decides the canons of artistic systems?

For Alvim it is a constant quest to agitate the locus classicus conferred on artists, and more especially artists from Africa.

His production cannot be classified according to orthodox principles of formalism, genre or conceptual strategy.

Rather, it suggests a divergence and rupture that reveals remnants of tradition, Kimbunda laments (traditional Angolan music), recycled practices from Africa, popular culture and Western assimilations that speak volumes of the interruption of tradition.

His early works reflect his preoccupation with collective experiences.

Painting and collage are the principle forms of expression, which later transform into mutations, commemorative mementos and objects that personify ideas of death, rebirth and memory.

More recently, a fusion of materials and processes has resulted in an articulation of personal experience that bears testimony to the Œdismemberment of history¹, an autopsy of the psychological consequences of war.

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